Medusas que me lêem agora ...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

As cores


Vestimo-nos todos os dias e todos os dias, usa-se cores diferentes, umas mais alegres que outras e outras mais escuras que o habitual, deduzo que seja consoante o nosso estado de espírito.
Quando acordo, acordo sempre possessa, tomo um duche para tirar esse mau humor que incomoda muita gente e acaba por incomodar a mim também. Ao fim do banho, vou até ao quarto para me vestir, espalho o creme hidratante por todo o meu corpo, dirijo-me há cómoda, abro a gaveta e fico maravilhada, nela saem milhares de cores, começo a ficar com alguma dificuldade em escolher uma delas, pois as cores dominam a circunstância. Se visto roupas mais claras é sinal que a vida me corre bem, se visto roupas mais escuras, as coisas não parecem estar assim tão bem.
Adoro as cores, Laranja: é uma cor quente, tal como o amarelo e o vermelho. É pois uma cor activa que, significa movimento e espontaneidade, e o Azul: é a cor do céu, do espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtileza. Simboliza também o ideal e o sonho. É a mais fria das cores frias, são estas as cores com que mais me identifico. Pois são elas que me dão força e compõem o meu contentamento, não as uso diariamente, só quando me sinto bem comigo mesma ou sei que vou estar minimamente bem animada, as outras visto para me despachar ou porque o meu estado de espírito não se encontra no auge, gosto de combinar todo o tipo de roupa, desde a carteira, à camisola, à t-shirt, ao top, ao soutien, às calças (onde a ganga é a que melhor se enquadra), às meias, aos sapatos ou sapatilhas e se tiver até mesmo, umas cuecas para tudo ficar perfeito.
As cores são os reflexos da nossa personalidade, são elas que nos dão vida, ao corpo e ao movimento. Quando vamos na rua, se levarmos roupa bem colorida e atraente, os olhares inclinam-se logo em nós, parece que o mundo pára para passarmos, somos observadas de alto a baixo, no rosto a pintura adequada os olhares tornam-se mais fixantes, pois as cores despertam uma atenção especial, quando queremos passar despercebidas veste-se algo mais discreto, mais escuro não se pinta o rosto e o andar torna-se constrangido.
Brincar com as cores é a forma mais agradável de alimentar o nosso espírito, por exemplo quando vamos às compras as coisas mais coloridas, são as que nos chamam mais à tenção, acabando por comprar, o que já não se pode dizer do contrário, as coisas escuras passa-nos ao lado. Nós “comemos” com os olhos e as cores são as que nos cativa mais para o poder de compra.
Colorir e estarmos coloridas só nos tornam mais belas, tanto por dentro como por fora. As cores são a beleza do Universo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Foi ou não foi?


Quando ela parte, parte por alguns dias ou parte para sempre? Não sei, mas já algum tempo que não a sinto, será que a pus de lado? Ou fiz esquecer por alguns dias? Quando é que ela volta? Por vezes sinto saudades dela, outras vezes nem a quero ter ao pé de mim. Quando voltar, gostava de conversar com ela para poder esclarecer alguns pontos que ficaram no obscuro. Soube que ela é muito sentimental e provoca nas pessoas um sentimento muito desgostoso, quando a sinto, o desgosto que me provoca é grande e profundo, deixando marcas degradadas no meu mais que infinito.
Voltei, há minha vidinha de trabalho casa, casa trabalho, estou mais que bem para continuar a tê-la assim. Não suporto estar sem fazer nada que me valha de algum prazer, estou distraída e gozo a vida assim, por vezes ela aparece, caminho ao lado dela alegremente, faço dela o meu parceiro de trabalho, zango-me com ela, quando quer meter demais. Por enquanto não faço caso da sua presença, mas quando preciso ela aparece, entra devagarinho e apoia-me com todo o seu sentido de ser, gosto dela assim.
Falo de alguém que eu quero quando me apetece, imagino-a uma pessoa a quem eu respeito muito. Ela sente o que eu sinto e sei estimar o que ela quer que eu sinta.
Ela é a parceira da alegria, fazem parte do nosso humor. Logo pela manhã o nosso humor escolhe como quem quer caminhar ao lado o resto do dia. É engraçado que sem dar-mos por isso, a disposição muda repentinamente, esquecem-se os problemas do momento, apaga-se a imagem anterior e muda-se para uma nova “figura”, tudo depende dos ambientes onde nos encontramos, será por isso, que estamos a ser hipócritas ao ponto de a disfarçarmos com a alegria? Sim é isso mesmo, somos hipócritas a esse ponto, esconder das pessoas o que sentimos ou estamos a sentir, mas porque o fazemos? Queremos esconder aquilo que todas as outras pessoas também sentem? (Falo por mim) Sim escondo algo das pessoas, não quero que elas me vejam acompanhada da tal, estou a ser hipócrita, é a minha maneira de ser, não gosto de dar a conhecer o meu ela. Assim vivemos as duas num lugar recôndito, há parte do mundo, passamos discretamente por toda a gente, ninguém sabe quem é quem, eu cubro-a com um simples sorriso e ela mostra o meu lado feliz.
Desde há muito que não me sinto uma pessoa alegre, adoro rir e chorar de tanto rir, parecendo uma louca, ria de todos e ria por nada, momentos felizes, mas de súbito as coisas deixaram de ter piada, o que se passou? Não posso responder, porque não sei o que aconteceu. Talvez tenha sido ela que me levou esse lado risonho para o além, onde terei que o alcançar o mais rápido possível, para não continuar a viver nesta amargura, de um sonho que à partida devia ser o mais feliz. Quero e vou conseguir tê-lo de volta, Como? Não sei, terei que dar mais voltas à minha cabeça para a poder conquistar. Será que recebo algo em troca?
Mas afina, Foi ou não foi?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Quero escrever-te uma carta


Ontem fomos ao cinema, vim a pensar pelo caminho o quanto te quero escrever uma carta, não sei como hei-de começar nem como acabar, são tantas coisas que gostaria de dizer que começo a ficar baralhada, queria te dizer o quanto me foste cruel e o quanto me foste querido. Não quero ser lamechas com as palavras nem agressiva, quero dizer do ponto de vista com que as interpretei.
Sinto o meu coração dividido, de um lado a raiva e o ódio que se instalou, do outro o amor, o carinho, a ternura e a paixão. Quando ouço a tua voz derreto-me toda, sentindo as tuas palavras agressivas com rancor com ódio mas o esforço que faço é enorme, respondo à letra e saem-me palavras com o tom de ódio, raiva sem controlo completamente descontrolada, tento endireitar-me, com o que tu me bombardeias, mas o coração é tão fraco que derrama lágrimas de sangue.
Quero e desejo que sejas feliz, quero sair em grande, sou uma mulher com alguns dons de poder e grandeza não sou quem pensas que sou, tenho muito para dar, só falta soltá-lo, atropelar as ideias e confusões que na minha cabeça estão.
Quero ver-te a sorrir e chorar na amargura, quero ver-te sofrer, a lamentar e a suplicar por tudo o que foi um erro de palavras, quero levar isso na minha mente para poder rir da tua figura triste e pobre.
Não quero ser tão má, mas o meu coração a mente pedem para que tudo aconteça tudo se torne realidade, o valor que me dás é muito pouco sou como uma mãe para ti, a mulher que dizemos eu ser foi passado, agora tens uma mãe que te dá carinho, faz sexo quando queres, faz-te as vontades é só abrires a boca e as coisas estão à tua frente, não quero isso para mim quero ser feliz ao lado do homem que amo, esse homem és tu, não consigo viver sem ti, mas também não consigo viver assim contigo.

Vou tentar abstrair-me de tudo e de todos, vou dedicar a mim ao meu corpo que tanto se queixa, lamenta-se pela pouca atenção que lhe dou, quero estar mais bonita quando tu chegares a casa, quero irradiar-te com o meu brilho, perfurar o teu coração e despertar nele uma atracção, vou parecer chamas que iluminam o teu caminho, o fogo que te aquece a alma e a cor que te conforta o corpo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Quando a velhice chega



Não sou velha, nem nova, estou na casa dos 20 a chegar aos 30 anos. Já alguns anos, que reparo nos meus longos cabelo, duas grandes madeixas brancas, nunca os pintei dessa cor nem fiz madeixas, apenas arranquei o primeiro cabelo branco e como consta o ditado: “ Quando se arranca um cabelo branco, nascem mais sete”. Os primeiros sinais de velhice, começasse a notar nos cabelos, depois mais tarde vêm as rugas, uma marca que não podemos esconder, rugas são rugas, mais um princípio de velhice, nos cabelos, ainda se podem disfarçar pintando-os, nas rugas nem os cremes as disfarçam. Também as tenho mas ainda não se vêem, sei que estão cá prontas para começarem a notar-se, não uso creme porque não gosto, vou e deixo-as aparecer, não me importo muito com isso.
Os cabelos são a nossa marca, compridos/curtos, lisos ou encaracolados é a nossa imagem. Gosto muito dos meus cabelos, pois trato deles com todo o cuidado, são compridos merecem uma especial atenção, o seu comprimento dão um estilo de poder e de auto-confiança.
Sinto o meu corpo a envelhecer, tudo se torna evidente, nos cabelos, a pele que começa a enrugar, a fadiga, o mau estar comigo mesmo, a paciência que se esgota facilmente, tudo se reflecte nisto, A Velhice. Não tenho medo de chegar a velha é sinal que tudo o que fiz teve o seu tempo e o “prazo começa a ficar fora da validade”.
Sei que tenho ainda muito por descobrir, sou nova, mas as evidências por vezes faz com que voltemos atrás e debrucemos sobre o assunto, mas nada mais que ir sempre enfrente, ver até que ponto as coisas se desenvolvem, a velhice por vezes trazem vantagens ou não. Ser velha não quer dizer que já estejamos gastos, mas sim, vivemos o que tínhamos que viver, todos passamos por isso e a idade nunca perdoa isso, a velhice.

sábado, 4 de agosto de 2007

O mar que traz a cegueira


Levanto-me bem cedo, não como e não consigo dormir, fumo um cigarro enquanto tomo café. O dia começa a nascer o sol levanta-se por cima do mar, fica um brilho rasgado na água, olho fixamente para ela até me cegar, os olhos enchem-se de lágrimas, não consigo ver nada, baixo lentamente a cabeça para repor a vista e reparo que não consigo ver nada, choro compulsivamente. Aconteceu uma desgraça estou só na praia, é manhãzinha e ninguém me pode acudir, apanho a minha carteira e tento orientar-me pelo último registo da minha memória, o caminho de volta para casa.
Tento não dar nas vistas com a minha cegueira, mas devo de ter cruzado com um casal que se dirigiu a mim e perguntou-me se queria ajuda, não pude recusar porque o precisava, mas como é que eles deram por isso?
Dei indicações da minha casa, eles levaram-me até lá, tocaram à campainha e a minha mãe veio abrir, eu chorava que nem uma alma perdida, expliquei à minha mãe o que me aconteceu, ela começa a soltar lágrimas, não queria que eu desse por isso mas senti. Levaram-me ao médico e ele disse que não podia fazer nada. Minha mãe começa aos gritos com ele, o meu pai entrou em estado de choque, parecia que tudo tinha parado no tempo, fiquei sentada na cadeira do consultório a ouvir tudo aquilo, o meu pai só me apertava a mão e minha mãe histérica agarrou-se a mim e deu-me um forte abraço, chorei, chorei muito.
No dia seguinte pedi aos meus pais que me levassem de madrugada à praia, senti o sol a nascer, mas não senti o rasgão na água como quando o via, agarrei nos meus pais e dei-lhes um forte abraço eles choravam desalmadamente, levantei-me da areia e pus-me a dançar e a rir, dei voltas e voltas na areia, toquei na água e senti um arrepio, vinha das profundezas do oceano era como se tivesse a chamar-me para ir nadar. Meus pais estavam ali sentados a ver-me o quanto estava feliz, apesar da desgraça. Tinha o fato de banho vestido, despi a roupa que trazia e mergulhei no mar, nadei e nadei queria apanhar o sol para me devolver a visão.
Os meus pais começaram a ficar preocupados e chamavam-me, mas eu não os ouvia e continuei a nadar, a minha mãe não sabe nadar e começa a entrar em pânico o meu pai deita-se ao mar para ir ao meu encontro, mas nada me fazia parar, meu pai cansado parou e voltou atrás e eu continuei até me perderem de vista.
Minha mãe estava completamente banhada em lágrimas, meu pai estoirado de cansaço, ficou com os olhos esbugalhados com medo de me perder de vista, foi uma cena horripilante, e eu desapareci naquelas águas, que tanto me fazia sentir bem.
Vagueio pelo oceano alegremente como se nada fosse comigo, parei, tive que parar porque estava a ficar com frio e quando dei por mim, lembrei-me que estava cega, que não podia voltar para trás, não via nada, não sabia onde estava, entrei em pânico e comecei a desfalecer com a fraqueza, deixei-me ir, fui caindo mar dentro, embati numa rocha onde permaneci algum tempo.
Cá em cima os meus pais andavam loucos, contactaram logo os salva-vidas para irem à minha procura, meu pai deu mais ou menos o local onde tinha desaparecido, foram a alta velocidade para o local. O meu pai acompanhou-os, a minha mãe ficou em terra e eu lá em baixo sem sentidos, mas conseguia ouvir o motor do barco, sentia que andavam às voltas mas no mesmo sitio, as minhas forças não me deixavam nadar para cima, então esperei que viessem buscar-me.
Os salva-vidas mergulharam nas profundezas do oceano, procuraram-me por todo o lado, sentia-os a passarem ao lado, queria gritar mas não conseguia, queria mexer um braço mas não tinha forças, foram várias vezes à superfície dizer: “nada feito”, meu pai não se conformava com o que diziam, mandou-se ao mar pôs a máscara de oxigénio e lá foi ele. Reconheceu-me pelo fato de banho, nadou, nadou até chegar ao pé de mim, pegou-me ao colo e trouxe-me para cima, ele estava histérico, não cabia com tanta felicidade, abraçou-me tanto mas tanto que senti o coração dele a bater vezes sem fim.
Trouxeram-me para terra onde já estava uma ambulância à espera, arrancaram, meteram os pirilampos, ligaram as buzinas e lá fomos nós a alta velocidade, os meus pais sempre a acompanhar-me, minha mãe inconsolável, meu pai com um sorriso de orelha a orelha orgulhoso de si próprio por conseguir encontrar-me.
Chegamos ao hospital entro de urgências para uma sala de operações, os meus pais esperam notícias na sala de espera, fizeram reanimação cárdio-respiratória, fiquei segundos sem respirar, ouve um momento de suspense e comecei a cuspir a água que tinha engolido, o médico sai, vai até à sala onde se encontravam os meus pais e dá-lhes a noticia de que eu voltei a respirar, foi um alivio para eles, abraçaram-se um ao outro e começaram a chorar.
Entretanto, fui para um quarto, estava ligada às máquinas o meu coração estava fraquinho precisava que o ajudassem a voltar ao seu estado normal. Estava a dormitar, quando os meus pais apareceram, acordo e sinto o calor deles, ali estavam eles a admirar-me, os dois coladinhos um no outro a chorar e ao mesmo tempo soltavam um brilho no sorriso por eu estar viva.
Ao fim de algum tempo recuperei da fraqueza, mas da cegueira não, meus pais pediram ao médico que fosse para um dos melhores hospitais do país, ele respondeu que só podia fazer aquela operação no estrangeiro, mais propriamente em Londres. Meus pais começaram logo a tratar dos papéis para ir o mais rápido possível.
Passado uma semana, estávamos no avião, chegámos a Londres, tinha uma ambulância à espera, levou-nos para o melhor hospital, entrei novamente de urgência e fui direitinha para o bloco operatório, já tinha os médicos todos prontos para a fazer, começou, deram-me a anestesia e... .
Novamente num quarto, lá estavam os meus pais sentados, à espera que acordasse para saber como me estava a sentir, comecei aos gritos pois eram dores insuportáveis, eles entram em pânico, pois não sabem falar inglês e não sabiam o que fazer, tocaram à campainha, veio uma enfermeira, olhou para mim, estava toda torcida e com as mãos nos olhos, gritava e tornava a gritar, estava a doer muito. Apareceram os médicos deram-me um analgésico para me acalmar, fiquei mais calma.
Chamei pelos meus pais, estendi a minha mão para os poder sentir e reconfortar-me neles.
Assim passou um mês, foi o limite máximo que os médicos deram para a recuperação da visão.
Voltámos novamente para Portugal, para a nossa casa, andava de olhos tapados, pois não podia, por enquanto, ver a luz do sol e à noite podia tirar as compressas. No dia em que chegámos à noite, tirei as compressas, meus pais olharam para mim, até se arrepiaram, pareciam estar a ver um filme de terror, ficaram estáticos e em estado de choque, pois não podiam acreditar no que estavam a ver, dirigi-me à casa de banho para me olhar nos olhos e entrei em pânico, mas não podia chorar, via tudo muito fosco com pouca definição mas via, então, comecei a rir de mim própria, não sei se de felicidade se de parecer um monstro, horrível.
Fui para a sala, ter com os meus pais, olhei-os nos olhos e abracei-os, estava eufórica, já via. Dei-lhes a notícia, que estava a vê-los, foi a loucura em casa.
Com isto tudo, foram 2 meses em sofrimento, passei pelas piores situações da minha vida, hoje estou aqui a escrever minha história no computador, tudo não passou de um sonho acordado da minha imaginação irrealista.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Consumida


Hoje quando tomava banho, reparei que estava magra, passava o gel duche pelo corpo e sentia os ossos todos, achei que estava Super elegante, talvez um pouco exagerada, mas assim é que estou bem.
Quando me olhava ao espelho e via aquela barriga que saltava das calças, era uma imagem horrível, mas na altura tinha que me conformar e esperar que ficasse magra para depois vestir as roupas que mais gostava, justinhas ao corpo a ver-se as curvas todas, sempre tive um fascínio pelas curvas do corpo, por fim consegui.
No outro dia, fui a uma consulta, estava muito calor, mas tinha que ir porque estava marcada, lá dentro calor estava, começo a sentir-me fraca, dirijo-me há máquina das garrafas de água e compro uma, bebo e fui fumar, rapidamente, um cigarro, pois estava com receio que me chamassem e eu não tivesse presente, vou até lá dentro e sento-me, sinto a minha tenção a baixar, suores frios e começo a ficar mal disposta, vou até há casa de banho para deitar fora , mas nada saia, voltei novamente para o corredor de espera, mas continuava fraca, voltei há máquina, mas desta vez comprei um chocolate, enquanto o comia passou uma médica dentista e fez um reparo que eu não estava à espera, diz-me: “Está com anemia?”, eu respondo, levantando as sobrancelhas: “Não”, a médica: “Ah! Como está tão branca!”, respondo novamente “Não, está tudo bem!” ela reforça a ideia “ Como eu nunca a tinha visto assim tão branca, pensei que pudesse estar com anemia! Mas coma o chocolate, coma que lhe vai fazer bem, coma!” e foi-se embora, eu paro por segundos e começo a pensar na nossa conversa, mas será que estou assim tão magra? Eu sinto-me bem assim, porque é que me dizem isso? Será que tenho alguma doença e eu ainda não dei por isso? Não quero pensar nisso, pois sinto-me bem comigo mesmo é pouco provável estar doente. Quando entrar no consultório vou esperar que a médica me diga alguma coisa em relação a isso. Ela, entretanto chamou-me, entrei e esperei que ela reparasse em mim e fizesse algum comentário, mas não, não disse nada do que eu esperava ouvir.
Realmente estou magra, não sei se exagerei na dieta ou se é a mais apropriada, de facto e confesso que não é a mais indicada, espero que o meu estômago ronque para depois ir comer qualquer coisa, o que costumam dizer “algo para entreter os estômago”. Sei que antes comia exageradamente, bolos, pães bem recheados, chocolates, mas o mais engraçado é que como o que costumava comer, simplesmente menos vezes ao dia é só isso, eu quando como basta sentir-me bem, não gosto de me empanturrar para depois ficar mal disposta, gosto de ficar bem.
Agora não posso, concordar é que a pessoas quando reparam em mim, me digam: “Estás tão magra, qualquer dia desapareces!”, não gosto de ouvir isso, pois não sabem como me sinto ou deixo de sentir, só sabem reparar no que está mal, ficava-lhes melhor dizerem: “Estás tão elegante, que andas a fazer?”, ora com o comentário de que vou desaparecer, significa que antes estava gorda! Uma pessoa já não se pode dedicar-se ao corpo que é logo “Vais desaparecer”.
Isto realmente é de lamentar, as pessoas engordam e emagrecem como querem e como o desejam, o que interessa é estar-mos bem connosco mesmo, o resto passa ao lado.
Sei que estou a ser consumida por algo, talvez pela pouca comida ingerida, talvez pelo Amor, pelos nervos, não sei, algo me perturba no meu sistema, não vou referir há comida porque sei que não é a melhor, em relação ao Amor, confesso que me anda a mexer comigo pois dedico-me muito a quem eu adoro faço de tudo para ver essas pessoas felizes, não quero que lhes falte nada, por vezes magoam, mas a pedra que vou buscar é tão grande que consegue destruir todas essa mágoas, os nervos misturam-se com os sentimentos vem a onda e leva-os para o infinito, assim estou a ser consumida. O Amor consome tudo o que lhe aparece à frente deixando as marcas no coração, reflectindo no corpo que fica consumido.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O que os meus Olhos vêem


Tenho uns olhos que te observam, com eles sei quem és, como és, o que fazes e com eles sei apreciar-te o quanto és belo. Com eles, cruzamos olhares misteriosos e sedutores.
Com os olhos sei transmitir a doçura, o carinho, a tristeza, a doença, a raiva e o ódio. Admiro-os, vejo o quanto são belos, reparo neles a fundo e encontro uma circulo perfeito, não é branco nem preto, não é bem definida a sua cor, por dentro são castanhos, com alguns rasgos cuidados que vem da íris (a menina do olho), uns terminam no circulo, outros a meio, em cada um deles há uma história. Histórias, essas que vão desde a alegria à minha tristeza, não encontro pormenores delas, todos esses momentos foram encaminhados para o cérebro, uns esquecidos outros vivos na memória. É com ele que lido diariamente, faço fantasias, construo dilemas, faço filmes, mas é com esses momentos que tudo liga aos olhos, é com eles que choro e que rio do instante.
Meus olhos observam segundos de cada minuto, vêem o que quer e o que não querem, chora quando querem e não querem, pestanejam as vezes que lhes convém, quando têm sono pestanejam ainda mais é um órgão que por detrás esconde mistérios.
A menina do olho, como costumo chamar, consegue ser ainda mais secreta, ela consegue estender-se, quando entramos numa situação de pânico, como diminuir, quando estamos a esforçar a vista, fantástico como se tudo resume a um pequeno órgão, na qual é com ele que obtemos uma imagem.